Algumas pessoas se baseiam no texto bíblico do Deuteronômio 18: 9/14, para defenderem a ideia de que "o Espiritismo foi proibido por Deus" ou em outras palavras: "foi condenado por Deus"! Esta argumentação às vezes, acarreta algumas dúvidas e vou tentar esclarece-las no decorrer do post...
9 "Quando entrarem na terra que o Senhor, o seu Deus, dá a vocês, não procurem imitar as coisas repugnantes que as nações de lá praticam.
10 Não permitam que se ache alguém no meio de vocês que queime em sacrifício o seu filho ou a sua filha; que pratique adivinhação, ou se dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria
11 ou faça encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os mortos.
12 O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, o seu Deus, vai expulsar aquelas nações da presença de vocês.
13 Permaneçam inculpáveis perante o Senhor, o seu Deus.
14 As nações que vocês vão expulsar dão ouvidos aos que praticam magia e adivinhação. Mas, a vocês, o Senhor, o seu Deus, não permitiu tais práticas."
Primeiro aspecto a ser analisado, é que a Bíblia é um conjunto de livros, e esse conjunto todo, Antigo e Novo Testamento, foi escrito ao longo de 1571 anos (quase 16 séculos), começou por Moisés em 1437 a.C., até João em 98 d.C.. Enquanto que o Espiritismo, como Doutrina Espírita, foi codificado por Allan Kardec, há, apenas, 154 anos...! Então seria impossível que Moíses estivesse se referindo a uma Doutrina que não exista...a palavra Espiritismo é um neologismo criado por Allan Kardec ao tempo da codificação.
Inumeras vezes, o Espiritismo é confundido com os fenômenos espirituais ou com as manifestações dos espíritos que sempre existiram, porquanto, desde que existem homens, existem espíritos e, porquanto, mediunidade é uma faculdade humana e independe da pessoa ser espírita ou não.
A Bíblia proíbe é a evocação dos mortos, conforme se lê em Moisés. E se a proibição existiu, é porque a comunicação com os espíritos já ocorria, pois como proibir algo que não existe? (Deuteronômio cap.18 - v 9 a14). E esta proibição aconteceu para inibir os abusos, afinal a prática mediúnica naquele tempo estava muito associada a bruxaria, trocas de favores, oferendas, até mesmo com sacrfícios humanos, este contato era reinterado, mas era um contato nocivo, devido a inferioridade intelectual e moral da humanidade.
É bom lembrar que há confusão, inclusive,entre as Leis de Deus e as Leis de Moisés: as primeiras são sempre válidas, imutáveis; as segundas foram válidas para a época, necessárias para governar milhares de pessoas, em um tempo onde a barbárie imperava.
Quanto ao tão decantado Deuteronômio capítulo 18: 9 - 14, em si, consideramos que Moisés foi muito prudente em proibir as práticas primitivas e muitas vezes cercadas de apelos materiais, porém, esquecem de considerar que em Números 11: 26 - 29,
Quanto ao tão decantado Deuteronômio capítulo 18: 9 - 14, em si, consideramos que Moisés foi muito prudente em proibir as práticas primitivas e muitas vezes cercadas de apelos materiais, porém, esquecem de considerar que em Números 11: 26 - 29,
"26 Porém no arraial ficaram dois homens; o nome de
um era Eldade, e do outro Medade; e repousou sobre
eles o espírito (porquanto estavam entre os inscritos,
ainda que não saíram à tenda), e profetizavam no
arraial.
27 Então correu um moço e anunciou a Moisés e disse:
Eldade e Medade profetizam no arraial.
28 E Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos
seus jovens escolhidos, respondeu e disse: Moisés,
meu senhor, proíbe-lho.
29 Porém, Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim?
Quem dera que todo o povo do SENHOR fosse profeta,
e que o SENHOR pusesse o seu espírito sobre ele!"
Aparentemente, Moisés estaria sendo contraditório, porém, o mesmo apenas proibia a ação de médiuns inescrupulosos que serviam a espíritos fúteis e enganadores e não àqueles que "estavam entre os inscritos", palavras constantes do citado texto, espécie de "médiuns oficiais", então denominados "videntes" ou "profetas", através dos quais "consultavam Deus", a fim de obterem orientações e conselhos dos seus tutelares, fato incontestável de intercâmbio entre o mundo físico e o mundo espiritual.
Emmanuel, descorreu sobre o tema em uma passagem do livro O Consolador.
"Antes de tudo, faz-se preciso considerar que a afirmativa "consulta aos mortos", tem sido objeto injusto de largas discussões por parte dos adversários da nova revelação que o Espiritismo trouxe aos homens na sua feição de Consolador. As expressões sectárias, todavia, devem considerar que a época de Moisés não comportava as indagações do Invisível, porquanto o comércio com os desencarnados se faria com um material humano excessivamente grosseiro e inferior."
Abraço Fraterno
Alinne
P.s: por Carlos Cristian: Vemos que em algumas Bíblias usam a Palavra Médiuns, sendo que essa palavra só foi ser inventada por Allan Kardec no século XIX durante a codificação da doutrina espirita.
Então isso seria uma adulteração a bíblia.
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